UNILA sedia reunião da Rede de Universidades de Fronteira

Conforme a reitora Diana Araujo Pereira – que ocupa, atualmente, a presidência da rede –, a Unifronteiras existe para fortalecer as instituições que a compõem. “A rede nasce da nossa demanda, pois, sempre que nos defrontamos com os obstáculos legais do cotidiano, como atravessar a fronteira, por exemplo, até podemos pensar que somos só nós. Mas, não. Existem instituições federais que estão do Sul ao Norte do Brasil que enfrentam o mesmo problema. Então, resolvemos nos juntar para, com isso, ter mais força e conseguir interceder pelos nossos propósitos, em Brasília”, explica Diana. “Este é o primeiro objetivo da rede: fazer uma frente para lidar com as normatizações que precisam ser alteradas para que a gente possa utilizar a fronteira segundo aquilo que está na nossa lei de criação, como nosso campo de prática e espaço de trabalho. Na sequência, vêm os objetivos acadêmicos de uma rede de universidades e institutos federais”, ressalta.
Em relação à reunião na UNILA, a reitora salientou a importância da presença de representantes de instituições de diversas regiões fronteiriças do Brasil. “Com isso, vamos mostrando o quanto a rede consegue ter um engajamento, porque ela nasce da necessidade de a gente pensar a educação pública como interiorizada”, finaliza. Durante o encontro, foi aprovado o ingresso da Universidade Federal do Amapá e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná na Unifronteiras. Dessa forma, a rede é composta, agora, por 17 instituições.
Fernando Zatt Schardosin, secretário especial da Agência de Internacionalização e Inovação Tecnológica da Universidade Federal da Fronteira Sul, destaca que a criação da rede possibilita a troca de experiência e a realização de ações conjuntas, influenciando a criação de políticas públicas que favoreçam a internacionalização do ensino, da pesquisa e da extensão das universidades brasileiras. “A Unifronteiras conta com instituições de todo o país, o que nos revela que temos desafios em comum. E, a partir de iniciativas como essa, a gente consegue enfrentar esses desafios conjuntamente, mostrando a força da atuação em parceria das universidades”, afirma Schardosin.
Na mesma linha, Patrícia Miranda, assessora de Relações Internacionais da Universidade Federal de Rondônia, reforça que a rede proporciona a oportunidade de aprendizado coletivo. “A Unifronteiras possibilita uma soma de esforços no sentido de potencializar a internacionalização acadêmica universitária na zona de fronteira, que tem desafios muito peculiares e características que impactam o desenvolvimento de processos que podem romper a exclusão e que podem ser, de fato, integradores”, frisa Patrícia.
Principais avanços
Na reunião, foram relatadas as principais ações já desenvolvidas pela rede nesses dez meses de atividades, com destaque para a elaboração de um documento com as suas demandas e de uma cartilha de boas práticas das Ifes de fronteira, a participação na reunião nacional de prefeitos, a realização de uma audiência pública sobre migração e educação no PNE, além do apoio de uma consultoria da Unesco para as demandas da Unifronteiras.
Durante o encontro, o professor Lucas Mesquita apresentou o trabalho do grupo de pesquisa da UNILA que atua em missões de observação eleitoral. A partir da articulação com a rede, a ideia proposta foi a de ampliar essa atuação realizando a observação das eleições de 2026 nas regiões fronteiriças. Outro tema debatido na reunião foi a criação de um centro de pesquisa de referência da Unifronteiras.
Foto: Moisés Bonfim