Sociedade civil tem papel decisivo para monitorar e propor soluções em gestão de resíduos

Sociedade civil tem papel decisivo para monitorar e propor soluções em gestão de resíduos
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Roda de conversa do Observatório Social em Foz do Iguaçu compartilhou experiências da região trinacional e enfatizou a importância da transparência de dados.

 

Roda de conversa promovida pelo Observatório Social em Foz do Iguaçu (OSB-FI) referendou o papel decisivo da sociedade civil no controle das políticas e serviços públicos e para a posição de soluções em gestão sustentável de resíduos. O evento, no último dia 25, ainda destacou a importância da transparência de dados pelo poder público.

A iniciativa foi organizada pelo Grupo de Trabalho (GT) de Meio Ambiente do OSB-FI, em parceria com o Núcleo de Sustentabilidade da ACIFI e outros apoiadores. A programação também possibilitou a apresentação e a troca de experiências em torno de quatro projetos e ações sustentáveis mantidos na região trinacional.

O vice-presidente administrativo e financeiro do Observatório Social, João Antônio Cordoni, fez a mediação dos debates. O controlador social enfatizou que a gestão adequada dos resíduos representa zelo da natureza e qualidade de vida para os moradores, bem como tem potencial econômico, que se traduz em trabalho e renda.

O voluntário do OSB-FI, Haralan Mucelini, destacou as diretrizes da legislação, principalmente sobre o plano municipal de saneamento. A partir das falas dos expositores, corroborou da relevância dos dados e informações para acesso da comunidade e convidou a população para o GT de Meio Ambiente do Observatório, para fortalecer a atuação na área.

A coordenadora do GT de Meio Ambiente do Observatório Social, Maria de Fátima Gomes, abordou o déficit atual em coleta, transporte e destinação de resíduos. “A gestão adequada só ocorre quando se conhece o tipo e a quantidade dos resíduos. Por isso, a importância da informação desses indicadores acessíveis para a sociedade”, reforçou.

Em sua explanação, Fátima Langbeck, do Coletivo Resíduo Zero/Foz do Iguaçu e do Núcleo de Sustentabilidade da ACIFI, abrangeu o gerenciamento de resíduos urbanos, explicando que a matéria vira lixo porque não passa pelo processo adequado para retornar ao ciclo produtivo. E detalhou o custo financeiro elevado às prefeituras com o serviço.

“Gestão de resíduos envolve um grupo de atores e uma agenda ambiental, social e corporativa”, refletiu. “A solução começa por conhecer o lixo produzido, identificar as oportunidades e transformar a gestão da coleta e da destinação em um modelo inovador, ancorado na tecnologia e com as cooperativas de catadores como indutores dessa jornada”, opinou Fátima.

Lixo zero na região trinacional

Na roda de conversa, foram quatro painéis sobre experiências sustentáveis em Foz do Iguaçu e na região trinacional. Representante da Cooperativa dos Agentes Ambientais (Coaafi), Anderson Cardoso mencionou os desafios enfrentados pelos catadores na reciclagem. Mensurou o valor que fica para os trabalhadores, baixo, e o potencial, em termos de volume, que a coleta seletiva tem na cidade.

Os empreendedores Yuri Ontiveros e Plínio Lopes, integrantes da Tekoa Compostagem, demonstraram como a gestão de resíduos orgânicos pode impulsionar a economia circular ao dar destinação ambientalmente correta a materiais por meio da compostagem. Eles enumeraram gargalos para a atividade, principalmente na legislação.

A iniciativa Vecino Sustentable, de Puerto Iguazú, Argentina, foi trazida por Paola Giménez, que também integra a Câmara Técnica (CT) de Meio Ambiente do Codetri. O destaque foi para os ecopontos para a recepção de materiais em ambientes públicos, bem como o trabalho de conscientização nas comunidades e escolas, especialmente com crianças.

Os desafios da gestão de resíduos na fronteira, a partir da realidade de Ciudad del Este, Paraguai, foram detalhados por Luisa Davalo, representante da CT de Meio Ambiente do Codetri e do Coletivo Basura Cero. Sua apresentação teve a participação do empresário Ismael Galeazzi, que atua no setor há décadas. A abordagem apontou para a necessidade de ações integradas na região fronteiriça.

Acompanhe o observatório social em @osbfozdoiguacu.

(AI Observatório Social em Foz do Iguaçu)


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