O Desenvolvimento Sustentável do Iguassu

O Desenvolvimento Sustentável do Iguassu
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Você mora num “fim de mundo” ou na capital do Mercosul?  Escolha!

O desenvolvimento sustentável não trata apenas a questão ecológica. Segundo a visão mais abrangente do conceito, trazida pelo economista polonês Ignacy Sachs, a questão ecológica é apenas uma das dimensões do desenvolvimento. Ainda temos a dimensão social, econômica, espacial e cultural.

É pensando na dimensão cultural da região trinacional, que trazemos algumas reflexões. Quem pega o mapa do Brasil e analisa a posição geográfica do município de Foz do Iguaçu, vê um município no “fim do mundo”, na “problemática” fronteira com o Paraguai.

Já quem pega o mapa da América Latina e observa a posição de Foz do Iguaçu, pode vê-lo como um ponto estratégico de integração da América Latina e mesmo do Mercosul.

Afim de clarear este posicionamento estratégico de nossa região – aspecto fundamental para alavancar o desenvolvimento, elencamos alguns pontos:

  1. Possuímos três aeroportos internacionais num raio de 25Km
  2. Cidade internacional, onde vivem quase 70 etnias. Em Foz qualquer supermercado aceita cinco moedas: dólar, euro, guarani, peso argentino e real. Na maioria dos grandes supermercados o preço da compra já sai nas diversas moedas.
  3. A fronteira com o Paraguai configura o terceiro maior polo comercial do planeta.
  4. Possuímos o potencial para um Polo intermodal de transportes: aéreo, rodoviário, ferroviária e hidroviário. Boa parte destes modais já estão em operação, faltando apenas ajustes e alguns investimentos.
  5. Foz do Iguaçu está no caminho da futura ferrovia bioceânica Paranaguá – Antofagasta, no Chile. Esta ligação representará uma quebra de paradigmas na ligação continental. Uma vez conectada com os outros modais de transporte, nossa região irá possibilitar a integração econômica e turística de milhões de latino-americanos, onde os benefícios são imensuráveis.
  6. A região é passagem da hidrovia Paraná-Tietê, que conecta Buenos Aires e Montevidéu aos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, além de dezenas de outros municípios do Paraguai e da Argentina.
  7. Possível Hub Aéreo da América do Sul. Existem projetos em desenvolvimento na cidade para que Foz seja também um elo de ligação aérea latino-americano.
  8. Polo Universitário. Com a chegada da Unila e do IFPR, o ensino superior federa soma-se à Unioeste, que é estadual, para totalizar a curto prazo quase 15 mil vagas de estudo gratuito. Ainda existem em Foz, outras cinco instituições de ensino privadas e uma comunitária, a Multiversa.
  9. Cognópolis. A cidade ganhou em 1995 um novo bairro que abrigada uma neo-ciência já conhecida em todo o mundo, a conscienciologia. Com mais de 1000 voluntários residentes em Foz, a Cognópolis desenvolve atividades de ensino e pesquisa, aberta a sociedade e deve iniciar seu maior empreendimento – o Megacentro Cultural Holoteca, projeto do renomado arquiteto Oscar Niemeyer.

O RIO PARANÁ

O Rio Paraná possui em torno de 4.900km de extensão, o segundo da américa em comprimento. Segundo dados da ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários, já são 1726km navegáveis e conectados nesta bacia. A hidrovia serve para o transporte de cargas, pessoas e veículos, tornando-se uma importante ligação com os países do Mercosul. São 2.400km de percurso navegável, onde alguns trechos ainda precisam de eclusas para se conectarem ao restante da hidrovia. O Rio Paraná é o quarto do mundo em drenagem, drenando todo o centro-sul da américa do sul, desde as encostas dos Andes até a Serra do Mar. Que tal um passeio hidroviário para conhecer Buenos Aires e Montevidéu, saindo de Porto Canoas, no Parque Nacional do Iguaçu?

Sob esta ótica, a região trinacional deixa de ser um “fim de mundo” para se tornar uma rótula de articulação estratégica latino-americana. Só não enxerga esta realidade quem não quer, quem se antecipa neste cenário, investe pesado para colher os frutos desde já. Foz tem todas as condições de trazer para si o papel de capital do mercosul, uma megameta que será consequência natural do despertamento e da sinergia de todos estes potenciais.

Alexandre Balthazar – Arquiteto e Urbanista / CAU: A 22449-9


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